quarta-feira, 20 de abril de 2011
Sonhos ao longo da caminhada
OUTONO
Por Isidro Duarte
Não era p'ra você chegar assim:
Pedaço de manhã esfacelada,
Pétala de bonina macerada,
Um aroma esmigalhado de jasmim.
Não era p'ra você chorar o fim
Do que não houve, alma embaraçada.
Pelas heras de longa caminhada
Insana, ensandecida só por mim.
Não era só porque, por tudo quanto
Não fala à alma e não forja o pranto
Vale a pena viver por mesmo um sonho.
Assim, esta inútil caminhada
Gerou no toldo azul do tudo e nada
Um ar de tarde outonal bisonho.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
*Sertão é dentro da gente
Por Gustavo Adonias
Que está rachando de repente
E não há como juntar os pedaços novamente
Sertão é o seco caminho de rio
Açude vazio
Espinho de esperança
Sertão é quando a gente olha
E até onde a vista alcança
É apenas sol, fustigando feito lança
Sertão é caatinga de sentimentos
Sertanejo lamento
D'alma retirante
Sertão é a légua tirana
Ferindo nossos passos sem alpercatas
Sertão a gente sente
Sertão é dentro da gente...".
*Poesia baseada nesta frase de Guimarães Rosa
Assinar:
Postagens (Atom)