quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sonhos ao longo da caminhada


OUTONO
Por Isidro Duarte


Não era p'ra você chegar assim:
Pedaço de manhã esfacelada,
Pétala de bonina macerada,
Um aroma esmigalhado de jasmim.


Não era p'ra você chorar o fim
Do que não houve, alma embaraçada.
Pelas heras de longa caminhada
Insana, ensandecida só por mim.


Não era só porque, por tudo quanto
Não fala à alma e não forja o pranto
Vale a pena viver por mesmo um sonho.


Assim, esta inútil caminhada 
Gerou no toldo azul do tudo e nada
Um ar de tarde outonal bisonho.